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RONDA



Pai!
Quantas vezes deveremos nascer
E quantas vezes deveremos morrer
Para chegarmos à Reconciliação?

Se eu vos disser uma vez
Por toda a eternidade
Não acreditareis
Pois está longe da vossa compreensão

A Síntese é complexa
Para o vosso raciocínio
O singular é a causa do plural
Mas o plural
Não gera a singularidade das causas

Eu vos afirmo que nascereis e morrereis
Somente uma vez
Por toda a eternidade
Pois somente uma vez fostes Criado
E assim permanecereis
Para perpetuar a Obra do Criador

A Vida
Vos foi concedida
No momento da vossa afirmação como Ser
Do Reflexo que gera a vossa semente
Do Hálito que transpira no vosso sopro
Da Brisa que ocupou o vosso espaço
Do Fogo que corrompeu a vossa escuridão
Da água que limpa o vosso estar

E é esta Vida
Que permanecera por toda a vossa eternidade
E por todas as vossas mutações

Mas esta Vida que recebestes
Veio latente
E aos poucos

Foi crescendo e se transformando
Até chegar ao que hoje és
E este tempo de evolução
Foi para o vosso Ser muito longo
Mesmo representando no eterno tempo do viver
Algumas frações desprezíveis

A vossa evolução é lenta
Passastes por várias formas
Que aos poucos foram se transformando
Condicionando-se aos meios
E as vossas necessidades
Não só as  físicas
Como principalmente
As vossas necessidades espirituais

E para cada evolução ou estágio
Tens um Tempo

O Tempo Plasmático
O Tempo Hibernal
O Tempo Animal
O Tempo Mental
O Tempo Racional
O Tempo Etéreo
O Tempo Espiritual

Sete Tempos
Que no atemporal são unos
Mas no tempo de viver
Representam a vossa condição de estar
A vossa presença no infinito
Do vosso crescer

Tempos que são para vós
A roupagem da vossa vida
E que permanecem no vosso todo
Emergindo sempre que o vosso estar
Necessita de uma muda

No atemporal é assim que viveis
Para que no temporal
Possais repercutir em vossas formas
E dar ao vosso ser
A presença necessária do porvir
De um amanhã sem lutas e sem deserção

E para que possais melhor conhecer
Nominarei o vosso tempo
E vos darei vossa condição
Que esta condição atemporal
Não domine o vosso ser
Mas mantenha alerto
O vosso desejo de prosseguir
Na caminhada que se coloca a vossa frente
Para que nos dias de provações
E nos dias de combates
Ou até nos momentos de paz
Ou extrema euforia
Saibais como conduzir o vosso passo

O Tempo Plasmático
É a própria essência
A semente Humana que se veste de Vida
A floração da matéria

O Tempo Hibernal
É a evolução do Ser
Que toma forma
E transforma sua Substância
Numa mutação constante e permanente
Até o dia em que eclodirá como homem

O Tempo Animal
É a afirmação do Ser Humano
Como co-existente do meio em que vive
E que domina
E sua presença
transforma o seu estar
Pela sua própria necessidade de se auto afirmar
Ou conduzir o curso da sua história

O Tempo Mental
É a afirmação do homem como Ser Pensante
E que sabe que pensa
Mas somente as emoções e desejos
Permeiam e habitam a sua mente

O Tempo Racional
A luz da inteligência toma toda a mente humana
Ele agora pode optar
E escolher os seus caminhos,
E transformar e dar formas,
E amar e odiar,
E pedir e dar,
E ter e Ser.

O Tempo Etéreo
É a própria migração do Ser
Para o Tempo Espiritual
Que é o Reflexo da presença do Criador
E o Caminho para a integração
No Meio Divino

Esta é a vossa Ronda!

As mutações se sucederão
A fim de garantir o Dínamo
Que alimenta o crescimento da Vida
E vossa Vida então
Será plena
Quando pleno for vosso estar
No momento do vosso desejo de Ser

Mas nunca procureis fazer da vossa Vida
Objeto de sonhos e prezares
Pois os sonhos
São a violação da presença
Neste infinito
Que deveis cumprir
E estes não servem para a vossa passagem

Creiais pois
Que una é a vossa Vida
Mesmo apresentando vários aspectos
E são estas manifestações
Que pensais estar vivendo
Que confunde o vosso estar permanente

Vossa Vida
É um crescimento constante na eternidade
Vossa Vida
É a presença una no vosso estar
E se assim ficares
E se assim permaneceres
Sempre vigilantes
Para que nunca possais progredir
Sem antes cumprirdes
O estágio dos Mandamentos
Então tereis uma vida
Cheia de prazer e harmonia
Com o Sempre

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